domingo, 14 de maio de 2017

O mundo não é maternal, por Marta Medeiros



O mundo não é maternal, por Marta Medeiros


É bom ter mãe quando se é criança, e também é bom quando se é adulto.

Quando se é adolescente a gente pensa que viveria melhor sem ela, mas é um erro de cálculo.

Mãe é bom em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco.

O mundo não se importa se estamos desagasalhados e passando fome.

Não liga se virarmos a noite na rua, não dá a mínima se estamos acompanhados por maus elementos.

O mundo quer defender o seu, não o nosso.


Mãe também quer que a gente tenha boa aparência, mas está mais preocupada com a nossa limpeza interna:

não quer que a gente se drogue, que a gente fume, que a gente beba.

O mundo nos olha superficialmente.

Não consegue enxergar através.

Não detecta nossa tristeza, nosso queixo que treme, nosso abatimento.

O mundo não tira nossa febre, não penteia nosso cabelo, não oferece um pedaço de bolo feito em casa.

O mundo, quando não concorda com a gente, nos pune, nos rotula, nos exclui.

O mundo não tem doçura, não tem paciência, não pára para nos ouvir.

O mundo pergunta quantos eletrodomésticos temos em casa e qual é o nosso grau de instrução, mas não sabe nada dos nossos medos de infância, das nossas notas no colégio, de como foi duro arranjar o primeiro emprego.


Mãe é de outro mundo.

É emocionalmente incorreta: exclusivista, parcial, metida, brigona, insistente, dramática, chega a ser até corruptível se oferecermos em troca alguma atenção.

Sofre no lugar da gente, se preocupa com detalhes e tenta adivinhar todas as nossas vontades, enquanto que o mundo propriamente dito exige eficiência máxima, seleciona os mais bem-dotados e cobra caro pelo seu tempo.

Mãe é de graça! 💕💕 💕

Feliz dia das mães !! 💜

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