Desde muito cedo sempre ouvi essa
frase a “Escola, lugar de todos!”, e o que eu vi e presenciei foram colegas que
mal frequentavam a escola, que trabalham com os pais, e que na maioria das
vezes desistiam de estudar, pois a escola não os agradava, não era um ambiente
que os faziam querer ficar e estudar. Ou ainda, alunos com idades superiores
para as tais serieis, e que estavam ali para que os pais não fossem punidos
pela sua saída. Eu frequentava escolas do interior, meus colegas eram filhos de
donos de sítios, criadores de gados.
Ao assistir o vídeo da educação
na Finlândia, percebo o motivo claro por que muitos de meus colegas no ensino
fundamental abandonaram a escola, por que em nosso país o trabalho é essencial,
pois nós lutamos aqui para sobreviver, e não para ter uma cultura, para
aprender a criar coisas novas, a ter experiências novas. A nossa educação no
Brasil é voltada para o mercado de trabalho, capacitar pessoas a trabalhar em
determinadas áreas. Mas a mesma não nos proporcionava ter aulas de agricultura,
plantio, não condizia com a realidade, não mostrava que havia um futuro para
quem fosse continuar trabalhando no campo.
Mas como capacitar pessoas, se as
mesmas estão saindo da escola, ou apenas vão para assinar presença. Que adultos
serão esses jovens e crianças, que estão hoje na escola, e sempre tiveram, com
a concepção de que eu tenho que ir, aprender o português, a matemática, para ir
bem no vestibular e entrar numa faculdade, para um dia entrar no mercado de trabalho.
Hoje aos 20 anos, formada no
magistério a 1 ano, e cursando o 4° semestre de pedagogia na Ufrgs, onde passei
por muitos vestibulares e Enem, vejo a importância da modificação na escola,
não só no ensino médio, pois acho que mudança deve começar de baixo, desde a
educação infantil. Pois o vestibular e
Enem, eles são conteúdista são, mas se pode aprender o conteúdo indo um museu, observando
uma obra de arte, assistindo uma aula de educação. Os únicos que são capazes de mudar como a
aula será realizada, como irão ser passados o conteúdo, será o Professor. Mas
se retirarem as chances dos alunos aprenderem de forma diferente, não fará
alunos melhores, profissionais melhores. Criarão adultos sem criatividade, sem
capacidade de mudança.
O educador José Pacheco em sua
fala destaco a seguinte frase “Eu respeito o espaço do engenheiro e do
médico, por isso, peço que reservem o espaço do pedagogo. Que não brinquem com
o pedagogo, dizendo que não serve. Porque há pedagogos e “pedabobos”. Assim
como há professores e “professauros”.”
Nas duas entrevistas tanto José
Pacheco quanto a Carmem Maria Craidy nos deixam claro com a suas opiniões que
as mudanças no ensino médio não serão efetivas. O aumento da carga horária não fará com que
alunos sejam capazes de enfrentar o mercado de trabalho e nem a vida, e muito
menos aumentar o rendimento na prova Enem, que esse ao decaiu a nota dos alunos.
E a retirada de disciplinas implicará no conhecimento de nossos alunos que
deixaram de aprender a pensar e refletir com nossos filósofos, que mesmo
passado anos ainda acrescentam muito em nossas vidas, e nós deixam exemplo
claro de uma sociedade.
Talvez ainda precisemos de muitos
anos de pesquisas, para que nossos governantes percebam que precisamos mudar o
modo de educar, assim como Finlândia mudou e conseguiu ser um dos melhores
países em educação, valorizando o que os alunos têm de melhor, capacitando-os
para a vida.
A escola é de todos, temos que
lutar pelos nossos direitos, e cumprir com os nossos deveres de professor, aluno,
escola e comunidade, para que haja mudança em nossa sociedade.