segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

“Escola, lugar de todos!”


  Desde muito cedo sempre ouvi essa frase a “Escola, lugar de todos!”, e o que eu vi e presenciei foram colegas que mal frequentavam a escola, que trabalham com os pais, e que na maioria das vezes desistiam de estudar, pois a escola não os agradava, não era um ambiente que os faziam querer ficar e estudar. Ou ainda, alunos com idades superiores para as tais serieis, e que estavam ali para que os pais não fossem punidos pela sua saída. Eu frequentava escolas do interior, meus colegas eram filhos de donos de sítios, criadores de gados.
  Ao assistir o vídeo da educação na Finlândia, percebo o motivo claro por que muitos de meus colegas no ensino fundamental abandonaram a escola, por que em nosso país o trabalho é essencial, pois nós lutamos aqui para sobreviver, e não para ter uma cultura, para aprender a criar coisas novas, a ter experiências novas. A nossa educação no Brasil é voltada para o mercado de trabalho, capacitar pessoas a trabalhar em determinadas áreas. Mas a mesma não nos proporcionava ter aulas de agricultura, plantio, não condizia com a realidade, não mostrava que havia um futuro para quem fosse continuar trabalhando no campo.
  Mas como capacitar pessoas, se as mesmas estão saindo da escola, ou apenas vão para assinar presença. Que adultos serão esses jovens e crianças, que estão hoje na escola, e sempre tiveram, com a concepção de que eu tenho que ir, aprender o português, a matemática, para ir bem no vestibular e entrar numa faculdade, para um dia entrar no mercado de trabalho.
   Hoje aos 20 anos, formada no magistério a 1 ano, e cursando o 4° semestre de pedagogia na Ufrgs, onde passei por muitos vestibulares e Enem, vejo a importância da modificação na escola, não só no ensino médio, pois acho que mudança deve começar de baixo, desde a educação infantil.  Pois o vestibular e Enem, eles são conteúdista são, mas se pode aprender o conteúdo indo um museu, observando uma obra de arte, assistindo uma aula de educação.  Os únicos que são capazes de mudar como a aula será realizada, como irão ser passados o conteúdo, será o Professor. Mas se retirarem as chances dos alunos aprenderem de forma diferente, não fará alunos melhores, profissionais melhores. Criarão adultos sem criatividade, sem capacidade de mudança.
   O educador José Pacheco em sua fala destaco a seguinte frase “Eu respeito o espaço do engenheiro e do médico, por isso, peço que reservem o espaço do pedagogo. Que não brinquem com o pedagogo, dizendo que não serve. Porque há pedagogos e “pedabobos”. Assim como há professores e “professauros”.
  Nas duas entrevistas tanto José Pacheco quanto a Carmem Maria Craidy nos deixam claro com a suas opiniões que as mudanças no ensino médio não serão efetivas.  O aumento da carga horária não fará com que alunos sejam capazes de enfrentar o mercado de trabalho e nem a vida, e muito menos aumentar o rendimento na prova Enem, que esse ao decaiu a nota dos alunos. E a retirada de disciplinas implicará no conhecimento de nossos alunos que deixaram de aprender a pensar e refletir com nossos filósofos, que mesmo passado anos ainda acrescentam muito em nossas vidas, e nós deixam exemplo claro de uma sociedade.
  Talvez ainda precisemos de muitos anos de pesquisas, para que nossos governantes percebam que precisamos mudar o modo de educar, assim como Finlândia mudou e conseguiu ser um dos melhores países em educação, valorizando o que os alunos têm de melhor, capacitando-os para a vida.

A escola é de todos, temos que lutar pelos nossos direitos, e cumprir com os nossos deveres de professor, aluno, escola e comunidade, para que haja mudança em nossa sociedade.

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