A
alfabetização precisa ser compreendida como um conhecimento ampliador,
pois alfabetizar-se "é participar,
junto com outras pessoas, de um universo ampliado da própria
curiosidade humana. Essa matriz da consciência, junto com o conhecimento e o sofrimento" (BRANDÃ2o0,06, p. 441).
Olá... eu sou a Bianca , professora com muito orgulho, graduada em pedagogia, e estudante na Pós graduação em orientação e supervisão escolar.
terça-feira, 3 de julho de 2018
“A
especialização sem limites culminou numa fragmentação crescente do horizonte
epistemológico. Chegamos a um ponto que o especialista se reduz àquele que, à
causa de saber cada vez mais sobre cada vez menos, termina por saber tudo sobre
o nada. (...)”.
Em nosso
sistema escolar, “ensina-se um saber fragmentado, que constitui um fator de
cegueira intelectual, que decreta a morte da vida e que revela uma razão
irracional. A ponto de o especialista não saber nem mesmo aquilo que acredita
saber. Essas “ilhas” epistemológicas, dogmática e criticamente ensinadas, são
ciumentamente mantidas por estes reservatórios ou silos de saber, que são as
instituições de ensino, muito mais preocupadas com a distribuição de suas
fatias de saber, de uma ração intelectual a alunos que não têm fome. (...)
É
por isso que o interdisciplinar provoca atitudes de medo e de recusa. Porque
constitui uma inovação. Todo o novo incomoda. Porque questiona o já adquirido,
o já instituído, o já fixado e o já aceito.”
(JAPIASSU, Hilton. A
questão da interdisciplinaridade. Revista
Paixão de Aprender. Secretaria Municipal de Educação, novembro, n°8, p.
48-55, 1994.)
“O menininho"
Helen
Buckley
Era uma vez um
menininho bastante pequeno que contrastava com a escola bastante grande.
Quando o menininho
descobriu que podia ir à sala caminhando pela porta da rua, ficou feliz. A
escola não parecia tão grande quanto antes.
Uma manhã a
professora disse:
- Hoje nós iremos
fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou
o menininho. Ele gostava de desenhar. Leões, tigres, galinhas, vacas, trens e
barcos... pegou sua caixa de lápis de cor e começou a desenhar.
- Esperem, ainda
não é hora de começar!
Ela esperou até que
todos estivessem prontos.
- Agora, nós iremos
desenhar flores.
E o menininho
começou a desenhar bonitas flores com seus lápis rosa, laranja e azul.
- Esperem, vou
mostrar como fazer.
E a flor era
vermelha com o caule verde.
- Assim, disse a
professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou
para a flor da professora, então olhou para a sua flor. Gostou mais da sua
flor, mas não podia dizer isto... virou o papel e desenhou uma flor igual a da
professora. Era vermelha com o caule verde.
No outro dia,
quando o menininho estava ao ar livre, a professora disse:
- Hoje nós iremos
fazer alguma coisa com o barro.
“Que bom!” pensou o
menininho. Ele gostava de trabalhar com o barro. Podia fazer com ele todos os
tipos de coisas: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e
amassar sua bola de barro.
- Esperem, não é
hora de começar!
Ela esperou até que
todos estivessem prontos.
- Agora nós iremos
fazer um prato.
“Que bom!”, pensou
o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos.
- Esperem, vou
mostrar como se faz. Assim... Agora vocês podem começar.
E o prato era
fundo. Um lindo e perfeito prato fundo.
O menininho olhou
para o prato da professora, olhou para o próprio prato e gostava mais do seu,
mas ele não podia dizer isso... amassou seu barro numa grande bola novamente e
fez um prato fundo, igual ao da professora.
E muito cedo o
menininho aprendeu a esperar e a olhar e a fazer as coisas exatamente como a
professora. E muito cedo ele não fazia mais as coisas por si próprio.
Então, aconteceu
que o menininho teve que mudar de escola...
Esta escola era
ainda maior que a primeira.
Ele tinha que subir
grandes escadas até a sua sala...
Um dia a professora
disse:
- Hoje nós vamos
fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou
o menininho. E esperou que a professora dissesse o que fazer. Ela não disse.
Apenas andava pela sala. Quando veio até o menininho falou:
- Você não quer
desenhar?
- Sim. O que é que
nós vamos fazer?
- Eu não sei, até
que você o faça.
-Como eu posso
fazer?
- Da maneira que
você gostar.
- E de que cor?
- Se todo mundo
fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber qual o
desenho de cada um?
- Eu não sei!
E começou a
desenhar uma flor vermelha com um caule verde...
domingo, 1 de julho de 2018
Alfabetização
Sobre alfabetização, Gramsci coloca que a mesma devia radicar-se em um espírito de crítica e num projeto que permita com que as pessoas participem da compreensão e da transformação da sociedade. Alfabetização seria um domínio de habilidades específicas e de formas particulares de conhecimento, deveria se tornar uma precondição da emancipação social e cultural.
Em países, como os Estados Unidos, a linguagem da alfabetização vincula-se quase que exclusivamente a formas populares do discurso liberal e de direita, que a reduzem, ou a uma perspectiva funcional ligada a interesses econômicos concebidos de maneira acanhada, ou a uma ideologia destinada a iniciar os pobres, os desprivilegiados e as minorias na lógica de uma tradição cultural unitária e dominante.
Na primeira colocação sobre alfabetização, verificamos que existe uma crise na mesma, pois na necessidade de formar trabalhadores para ocupações que exigem leitura “funcional” e habilidade para escrever, um movimento mecânico, as pessoas acabam sendo impedidas de participar de fato de movimentos para a sua emancipação cultural, como pensar, refletir, dialogar, apenas são treinados para um treino.
Na segunda colocação, vemos a alfabetização como um veículo ideológico, onde a escolaridade é vista como local para desenvolver caráter, assim, a alfabetização está associada à transmissão e ao domínio de uma tradição ocidental unitária, baseada nas virtudes do trabalho perseverante, da diligência, do respeito à família, da autoridade institucional e de um indiscutível respeito pela nação.
No íntimo dessa fala dominante, o analfabetismo não é meramente a incapacidade de ler e escrever; é também um indicador cultural para nomear formas de diferença dentro da lógica da teoria da privação cultural.
As pedagogias que frequentemente acompanham essa visão da alfabetização enfatizam a necessidade de que as crianças de classe operária aprendam as habilidades de ler e escrever, pois precisarão delas para serem bem-sucedidas nas escolas.
A alfabetização não se relaciona apenas com os pobres, ou com a incapacidade dos grupos subalternos de ler e escrever adequadamente; relaciona-se, também, de maneira fundamental, com formas de ignorância política e ideológica que funcionam como uma recusa em conhecer os limites e as consequências políticas da visão de mundo de cada um.
O desenvolvimento de uma política cultural da alfabetização e da pedagogia torna-se uma partida importante para possibilitar que aqueles que têm sido silenciados ou marginalizados pelas escolas, pelos meios de comunicação de massa, pela indústria cultural e pela cultura televisiva exijam a autoria de suas próprias vidas.
Uma teoria emancipadora da alfabetização indica a necessidade de desenvolver um discurso alternativo e uma leitura crítica de como a ideologia, a cultura e o poder atuam no interior das sociedades capitalistas tardias no sentido de limitar, desorganizar e marginalizar as experiências quotidianas mais críticas e radicais e as percepções de senso comum dos indivíduos.
Para freire a alfabetização é igual a projeto político emancipador. É essencial na alfabetização uma relação dialética dos seres humanos com o mundo e da linguagem com a ação transformadora. Neste caso a alfabetização não é apenas uma habilidade técnica, mas um fundamento para a ação cultural, a liberdade, é através da alfabetização que homens e mulheres afirmam seu direito e sua responsabilidade não apenas de ler, compreender e transformar suas experiências pessoais, mas também de reconstituir sua relação com a sociedade mais ampla, tornando as pessoas autocríticas a respeito da natureza historicamente construída de sua própria experiência.
Procurando a palavra "empowerment" no Wikipédia, temos o seguinte significado: “Empowerment , ou delegação de autoridade, é uma abordagem a projetos de trabalho que se baseia na delegação de poderes de decisão, autonomia e participação avaliando grau de maturidade...” E também o que significava para Paulo Freire: ... a ação coletiva desenvolvida pelos indivíduos quando participam de espaços privilegiados de decisões, de consciência social dos direitos sociais, consciência que ultrapassa a tomada de iniciativa individual de conhecimento e superação de uma situação particular (realidade) em que se encontra, e que possibilita tanto a aquisição da emancipação individual, quanto à consciência coletiva necessária para a superação da “dependência social e dominação política”.
Vejamos o poema abaixo:
Analfabeto Político
Bertolt Brecht
"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais."
Então podemos concluir que o empowerment individual não é nada mais do que o poder de conscientização das pessoas em relação a sua condição como indivíduos participantes e atuantes dentro da sociedade. Que não basta o indivíduo ser alfabetizado se for um analfabeto social, ou seja, se não puder se indignar, reclamar e mudar a realidade em que vive. Enquanto nos preocupamos socialmente com o que podemos extrair do ambiente em que vivemos, e na melhor forma de viver nele, as escolas ainda tem o pensamento de formar pessoas limitadas de acordo com o currículo estabelecido pelas autoridades, que no fundo não querem que tenhamos uma população de sujeitos pensantes ou questionadores da situação em que são obrigados a viver. Não podemos permitir que nossos alunos sejam apenas alfabetizados, precisamos levá-los a ser alfabetizados empoderados de seu conhecimento.
Trabalhando em grupo
Débora
Silva
Bianca
Garcia
Tatiana
Aguiar
Ao se falar em
alfabetização, o que deve vir sempre à mente é os três eixos norteadores da
mesma: a oralidade, a escrita e a leitura. Uma está ligada a outra
incondicionalmente. Alfabetizar é levar a criança a ter prazer, gostar de
falar, escrever e ler. Então, alfabetizar não é simplesmente decodificar códigos,
símbolos, mas sim decodificar e interpretar o significado, fazer uma análise
crítica de algo. O papel do professor é mediar interações e buscar estratégias
que auxiliem nesta construção. Paulo Freire nos lembra de que “… Aprender a
ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de tudo, aprender a ler o mundo,
compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras, mas numa
relação dinâmica que vincula linguagem e realidade.”.
A partir do texto do Rays (2000)
MOMENTOS
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PRINCIPAIS IDÉIAS
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DEGUSTAÇÃO
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RELAÇÃO COM A PRÁTICA
|
|
Planejamento visando o respeito à escola em relação a sua
realidade social.
|
A realidade
sociocultural é o ponto de partida para o planejamento do trabalho docente.
|
O planejamento deve ser pensado e escrito pensando no
aluno e no que ele precisa de acordo com as suas necessidades.
|
|
Planejamento visando o retrato sociocultural do educando,
que reflete social e o cultural.
|
As características de aprendizagem dos educandos que estão
diretamente ligadas ao retrato sociocultural dos mesmos.
|
O planejamento visa contemplar as características do
grupo, e a realidade natural e social.
|
|
Assimilação, elaboração e recriação do saber.
|
As características são voltadas para as operações mentais
concretas, que revelam por parte do
educando conhecimentos, habilidades, emoções.
|
O planejamento visa proporcionar meios de todo sistema
educacional , pensando na formação critica e a criativa do homem.
|
|
A participação do educando é fundamental para o
planejamento das atividades, buscando alcançar o que os alunos gostariam de
estudar.
|
As características são voltadas na assimilação do
saber e na apropriação critica da
realidade social.
|
O planejamento visa pensar para repensar... repensar para
agir ... agir para transformar.
|
|
A principal função da avaliação da aprendizagem é o
desenvolvimento e aprendizagem do educando.
|
A característica da avaliação tem como objetivo medir o
conhecimento do educando.
|
O planejamento visa julgar os progressos, as dificuldades
e as inquietações que marcam processo de aprendizagem.
|
Quadro de análise
|
Piaget
|
Vygotsky
|
Wallon
|
Pesquisa
|
Construção do conhecimento
|
Interação social
|
Afetividade
|
Principais conceitos
|
Assimilação/ acomodação.
Esquema/ equilibração.
Estágios de desenvolvimento
|
Mediação simbólica: instrumentos e dignos.
Zona de desenvolvimento proximal
|
Movimento;
Emoções;
Inteligência;
Eu: imitação/ negação
|
Relação do individua com o mundo
|
Adaptação (conhecimentos prévios)
|
Parte para o todo: Processo de socialização (relação com o mundo)
|
Do todo para a parte: processo de individuação (“constituir-se”
individuo)
|
Papel do professor
|
Desequilibrar os esquemas dos alunos a partir de seus conhecimentos
prévios.
|
Intervir na z.d.p, ou seja, na distancia entre o que o aluno já
domina e o que faz com ajuda.
|
Considera a história do aluno, demandas atuais e perspectivas
(futuro)
|
Aluno
|
Participante do processo de construção do conhecimento, autor, ativo
e questionador.
|
Jean Piaget e Lev Vigotsky
Jean Piaget e Lev Vigotsky, ambos têm
teorias maravilhosas a respeito dos processos de construção de conhecimento e
aquisição da linguagem. Vigotsky sendo um interacionista social, sua teoria tem
base na interação. Ele fala que o homem precisa do outro para interagir. E a
linguagem é a ferramenta que torna o animal homem em humano. Para Vogotsky
precisa-se haver um mediador para se ter uma aprendizagem. Essa interação é
feita através da linguagem, e quando há internalização, significa que a
aprendizagem está completa, pois a criança já tem a capacidade de concretizar o
que aprendeu, associar a outras coisas, como por exemplo a mesa, primeiro se
aprende o nome, depois associa-se ao objeto, e por final que existe diferentes
mesas, mas que tem o mesmo significado, e que elas servem para apoiar objetos,
realizar refeições, estudar ou trabalhar. Além disso Vigotsky fala sobre a ZDP
(Zona de desenvolvimento proximal) que é o nome do “espaço em branco”, do que
soubemos no real, até a internalização do que foi aprendido. Então a construção
da aprendizagem se da através da relação com o outro, através de um mediador.
Segundo Vigotsky só aprendizagem quando houver interação com o outro.
Jean Piaget famoso pelo seu construtivismo
descreve o desenvolvimento da criança por fases, nas quais todos passam, e com
elas vão adquirindo experiências. Segundo Piaget a aprendizagem ocorre com o
meio onde se está inserido, a criança vai aprendendo de acordo com as
possibilidades que estão oferecendo para o seu desenvolvimento. Então nesse
caso, a criança precisa de um ambiente rico, que favoreça a sua aprendizagem,
com situações diversas para a sua faixa etária.
Piaget considera 4 períodos no processo
evolutivo da espécie humana que são caracterizados "por aquilo que o
indivíduo consegue fazer melhor" no decorrer das diversas faixas etárias
ao longo do seu processo de desenvolvimento. São eles:
· 1º período:
Sensório-motor
(0 a 2 anos)
· 2º período:
Pré-operatório
(2 a 7 anos)
· 3º período:
Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos)
· 4º período:
Operações formais (11 ou 12
anos em diante)
Ambas teorias tem como semelhança o meio em que a
criança esta vivendo, as duas precisam de estímulos, mas de diferentes formas.
Para vigotsky a criança precisa de um mediador para mediar o seu conhecimento,
já para Piaget a criança precisa de um lugar rico em situações de aprendizagem,
onde favoreçam o seu desenvolvimento, pois a criança vai de alguma forma passar
por esses estágios, tanto mais cedo ou tarde.
Concluímos que, com as duas teorias juntas tem
mais força, pois é importante saber os estágios que a criança se encontra e o
que ela é capaz de aprender naquele período, sendo assim poderemos mediar
melhor aprendizagem da criança naquilo que ela tem capacidade de aprender e de
internalizar.
Inovação Pedagógica
A inovação pedagógica pressupõe não apenas a inclusão de
novidade, mas também de incluir as tecnologias. Além disso, requer uma ruptura
paradigmática, onde permite mudanças a forma de entender o conhecimento,
rompendo com a forma tradicional de ensinar e aprender, como repetição,
memorização ou ainda padronização. E
mesmo assim essas formas ainda fundamentaram um principio positivista da
ciência moderna, onde constituiu o empirismo, determinismo, e os modelos
matemáticos como únicos modos de produzir conhecimento.
As mudanças na forma de entender o conhecimento pressupõe um
reconhecer a validade do indeterminismo, do aleatório, da probabilidade, do
acontecimento como princípios epistemológicos próprios da complexidade dos
fenômenos naturais socioculturais que caracteriza um ambiente ou meio social,
essa ação humana se dá sobre esse ambiente onde transforma e produz inovação,
que são determinadas pelas circunstancia em que as pessoas estão inseridas, que
se podem ser a família, aonde vivem, escola, igrejas, universidades,
industrias, lugar onde trabalham. E essa inova depende do lugar e do tempo (
cronológico e histórico).
Como é essa escola?
Como se percebe essa escola não tem referência de um
teórico, algo onde os professores possam se deter para realizar suas aulas. Na
reunião vimos o desespero de uma professora -Orquídea - falando que seus alunos
não acertam as atividades, que ela prepara excelentes aulas. Mas é visto que
ela trabalha com uma pedagogia diretiva, onde o professor é o detentor do
saber, somente ele fala e o aluno escuta, sem ter trocas de ideias. Passando
ainda a ideia de que os alunos não querem estudar.
Quando o aluno não é valorizado, principalmente
aquele conhecimento que ele trás consigo, ele fica muito desmotivado.
Percebemos pela fala da professora, onde ela fala “mesmo depois de ter repetido
varias vezes a explicação”, mostra-nos que ela trabalha da mesma forma, sem
buscar o novo. E o aluno deve apenas reproduzir aquilo que foi dito.
Nessa mesma escola, há outra professora – Margarida-
que relatou que já trabalhou como a professora Orquídea. Utilizando esse
método, mas agora utiliza desafios. A professora criou uma estratégia, para
fazer com que os alunos pensassem primeiro na resposta, individualmente e
depois discutem com o grande grupo. Ela trabalha com o construtivismo, lança um desafio, e o aluno precisa achar a
resposta, mas ao mesmo tempo, ela intervém, questionando sobre as suas
respostas, fazendo com que o aluno construa o seu conhecimento diante daquele
desafio.
O construtivismo ele precisa que o professor tenha
uma postura de saber bem, para discutir com a criança, fazer perguntas
inteligentes, questionamentos. E os objetivos desse construtivismo é a
diversificação das aprendizagens, oportunidades educacionais, promover
autonomia e solidariedade. Pois cada aluno é único, e necessita de respeitar o
seu ritmo e as escolhas de cada um.
Analisando a professora Rosa, percebe-se que ela
trabalha com uma pedagogia não diretiva, pois ela permite que seus alunos
tenham autonomia para decidir o que querem aprender, afirmando que eles
precisam de um ambiente que permita a expressão da sua criatividade. Além
disso, para ela é fundamental ouvir o aluno e suas dúvidas. Assim como Paulo
Freira 1991 “A partir do dialogo enfatiza-se a reflexão, a investigação e a
reorganização do conhecimento”. Onde o professor é presente na sala só para
esclarecer duvidas, e os alunos são responsáveis próprios conhecimentos.
O professor Cravo, que trabalha também na rede
privada, relatou que “o que ele ensina lá, não ensinar aqui”. Mostrando que os
alunos da rede pública não têm condições de aprender as mesmas coisas que os
alunos da rede privada. Mostrando que há uma desigualdade, onde somente o aluno
da rede privada pode ter acesso a diferentes conteúdos. Onde os materiais de
ensino são completamente diferentes, e seus conteúdos. Não levando em conta o
contexto de cada aluno e suas curiosidades de aprendizagens.
E finalizando a reunião, o diretor demonstra sua
aflição pelo aumento da indisciplina na escola. Pois, tem entrado em algumas
salas de aulas e têm visto muita bagunça. Relatou ainda que a escola sempre
exigiu que seus alunos soubessem “conteúdo e bom comportamento (ser
disciplinado)”.
Essa escola ela é uma mistura de pedagogias,
desenvolvidas pelos diferentes integrantes desse grupo, cada qual trabalha da
maneira que aprendeu, ou que acha que é mais correto.
O diretor ainda preza por uma escola autoritária,
onde o professor é a lei na sala e que os alunos devem respeito e obediência,
onde o aluno receba ordem e se mantenha disciplinado. Onde o estudante não tem
direito a se manifestar, e poder ser aluno. Além disso, é o detentor do saber,
o aluno é apenas uma tabua rasa, está na escola, pois não tem conhecimento de
“conteúdos”. Essa pedagogia diretiva, não produz nada novo, apenas quer formar
alunos que se digam que saibam cumprir “regras e obedecer”.
É uma escola não democrática, por que não há
liberdade e igualdade. Não tem participação de professores, funcionários e
alunos, para expor suas ideias. Há apenas uma regra e ela deve ser cumprida,
“ordem”. Não há incentivo à busca de seu próprio conhecimento. Para assim
pudessem desenvolver autonomia e controle pessoal.
Nessa reunião de professores, eles têm total
liberdade para falar de suas angústias (pelo menos em relação aos índices de
dificuldades dos alunos), todos relataram a sua forma de trabalho, e como estão
resolvendo situações de ensino aprendizagem. Mas ao que vê é que há não a
parceria direção e professores e orientação. O tema da reunião, então era –
Avaliação- e se encerrou em “comportamento”, perdendo todo o foco, que era
aprendizagem do aluno, em como descobrir qual a forma que ele aprende, virou um
regime autoritário, onde o aluno precisa obedecer e saber o conteúdo.
Deixou-se de lado, o aluno, que é centro da escola,
para um bom andamento escolar, os alunos devem ser prioridade. Na escola
deve-se ver quais são as causas das dificuldades, onde elas estão mais
gritantes, como estão sendo abordados os conteúdos e sua forma de avaliação. E
partindo disso buscar uma solução. Primeiro rever a proposta pedagógica da
escola, o que ela preza, como é a forma de aviação, e partindo disso buscar
alternativas, percebendo aonde estão errando, para que o aluno aprenda, mas que
aquilo que aprendeu sirva para alguma coisa, que o conhecimento seja
aproveitado pelo aluno, de sua curiosidade. Podendo assim ver se foram
alcançadas as metas planejadas.
A escola descrita lembra o tempo da maquinaria
escolar, onde os alunos eram preparados para obedecer e seguir regras. E que não precisavam fazer nada a mais que
isso. Eles “entravam” na escola sem
saber “nada” e deveria todos sair com o “mesmo” conhecimento. Onde o estudante
não tinha voz, e nem liberdade de expressão, deveria aceitar tudo como era e
sem ao mesmo poder participar com suas ideias.
Era como se todos os alunos entrassem em uma maquina
e saíssem no outro lado, formados e prontos para o trabalho. Nessa época e
escola era vista como preparação para o trabalho, onde os alunos que tinham
melhores condições estudavam em escolas particulares, eram formados para
“mandar”, e os alunos da rede pública eram formados para “obedecer”. Já havia
desde cedo à separação, e que cada aluno já era pré-destinado como seria o seu
futuro.
Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia do
Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
LUCKESI, Cipriano Carlos. A
avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez,
2002
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia
da Educação – São Paulo: Ed. Cortez, 1994.
Projeto Político-Pedagógico da
EMEF Amorim Lima. Disponível em:
Projeto Pedagógico da Escola da
Ponte. Disponível em:
http://www.escoladaponte.com.pt/documen/projecto.pdf
ROSA,
S.S. Construtivismo e mudança. 8 ed. São Paulo, Cortez editora: 2002
Alfabetização no Eja
No eja, os educadores têm muitos
desafios em ensinar, pois precisam estar sempre motivando seus alunos, de que
são capazes e que tem condições de aprender. Assim como vimos em um dos vídeos,
onde o aluno não queria ler, pois segundo ele, ainda não tinha condições de ler
corretamente, com isso não poderia fazer a leitura para a turma. A intervenção
da professora nesse momento é fundamental, um dialogo rápido e sem muitas
enrolações, mostrando que o tempo é agora, e que ele está em processo de
aprendizagem.
Segundo o texto de Regina Hara,
as formações de professoras apoiados por programas, tem mostrado que a
diferentes soluções que mudaram algumas formas de ensinar, instigando assim a
aprendizagem. Como se sabe os professores que atuam na sala de aula do Eja, não
são especialistas nessa área, muitos não tem formação. Mas aqueles que atuam com entusiasmo, e
querem mudanças, buscam novos conhecimentos através de estudo e pesquisa.
Além dos professores buscarem
conhecimento, as escolas também buscam um ensino de qualidade, onde se possam
garantir mais oportunidade para os alunos. Apesar dessa vontade de querer
mudar, as escolas ainda enfrentam a velha politica, com isso são imensos os
desafios para se chegar a um ensino de qualidade, esse onde se é sonhado com
melhores salas e mais recursos para aprendizagem.
No texto, como nos vídeos
percebemos os educandos buscando a sua escolarização, como forma de ser
independentes, se sentirem útil e acima de tudo conseguirem entender o mundo a
sua volta. Destaco ainda a fala de uma aluna no vídeo, quando ela relatou que
agora após estar na escola, aprendendo, ela já consegue ver um filme e
compreende-lo, coisa que antes era muito difícil. Mas essa
busca por aprender faz com que os alunos diariamente se esforcem o máximo, para
dar conta da sua carga horária de trabalho, dos perigos enfrentados por estudar
a noite, por isso necessitam tanto da motivação do professor. Quando o aluno
não consegue equilibrar tudo isso, acaba desistindo novamente da sua formação.
No caso da alfabetização, os
alunos que já aprenderam a ler e escrever, acabam saindo da escola, logo após
esse processo, se sentindo satisfeito com essa aprendizagem. Pensando que isso
é suficiente para enfrentar os desafios da vida. Entretanto há alunos que já
pensam que esse é momento de continuar e
quem sabe sim, se formar e frequentar uma faculdade.
Alfabetização compete aos
professores um compromisso com os alunos, ajudando-os a enfrentar e perceber o
mundo. A ideia trazida no vídeo, que primeiro os alunos devem conhecer o entorno
onde mora, ouvir a sua comunidade, conhecer os seus problemas, entender o que
eles passam, foi essencial para eles criarem consciência de que, estão na
escola não apenas para aprender a ler e escrever. Mas sim, o que eles vão fazer
depois disso para melhorar onde eles moram e ajudar essas pessoas.
A pergunta principal realizado no
Eja, mostrada no vídeo foi: “como fazer a leitura de mundo?”, Através do vídeo,
foi apresentada a ideia da entrevista, e partindo disso os alunos realizaram a
leitura do mundo. E compreenderam que eles são capazes de transformar essa
sociedade, que a educação é capaz disso. Destacando ainda a fala da aluna,
relando que no morro as pessoas precisam de mais amor, se preocupar com o
outro, com intuito de ajudar. A partir dessa experiência puderam tirar suas
conclusões sobre a sua comunidade e o que ela precisa.
Assim como na alfabetização de
crianças e adultos, o método é parecido. Na alfabetização as crianças começam
pelo seu nome, conhece a sua história, a dos colegas. No Eja os alunos começam
primeiro conhecendo onde moram, o que trabalham, partindo disso o professor
cria suas aulas com os temas geradores, relacionadas ao meio em que seus alunos
vivem. Utilizando assim a pedagogia de Paulo Freire, que mostra a importância
de trazer experiências da vida do aluno de Eja.
No processo de escrita, fala-se
sobre a psicogênese da língua escrita. Estudo realizado por Emília Ferreiro,
sobre os níveis de escrita. No vídeo vimos que os adultos também passam por
esses níveis de escrita, claro eles já entendem que precisam utilizar letras
para escrever, então não utilizam desenhos, mas passam por todos os níveis. O
primeiro desafio foi a escrita de uma lista de compras. Nesse vídeo destacam a
escrita da palavra ARROZ onde o aluno não se contenta com a sua escrita e
continua tentando, até ver aonde as letras se encaixam melhor. O próprio aluno
durante a sua escrita, percebia que algo estava errado, e escrevia novamente,
naquele momento percebeu-se que ele entrou em conflito, pois precisava mudar
tudo o que ela tinha estruturado sobre a escrita, por que aquela palavra
necessitava de letras com sons diferentes.
Durante o processo de aprender, o
erro sempre foi muito frisado no nosso ensino, criando assim uma desmotivação
por parte do aluno, toda vez que ele sabia que errava. No vídeo se sugere que o
erro não seja enfatizado, pois ele já fez muito estrago na vida de alunos.
Entendo assim que o erro é um momento e que precisa ser construída uma nova
hipótese.
No texto Regina Hara, mostra
alguns processos de alfabetização, neles vimos o crescimento dos alunos diante
da sua escrita. Nos vídeos a professora mostra vários exemplos de como
trabalhar esse processo, para o aluno evoluir. Destacando a utilização de papel
para a escrita, onde cada um recebe um papel pequeno, e ali tentam escrever a
palavra. Durante esse processo a professora passa e vai ajudando com questionamentos,
ao final cada um recebe um novo papel, mas essa agora com quadradinhos,
correspondentes ao numero certo de letras. Os alunos devem passar aquela
palavra que escreveram e devem comtemplar naqueles quadradinhos. A partir disso
precisam criar uma nova estratégia de escrita. Com isso os alunos são
desafiados a todo o momento na sua escrita.
Os relatos nos vídeos e no texto,
sobre a alfabetização fala-se muito sobre a importância de trabalhar com o tema
gerador, que é o assunto. Que esse é o motivo pelo qual será montado o processo
educativo. Não é qualquer tema que é gerador, deve ser de acordo com o contexto
do aluno inserido. Para que assim o
aluno se sinta útil, utilizando o que aprende na escola na sua vida
diariamente, tanto em casa, com sua família, como no trabalho. A escola não pode desconsiderar o seu
conhecimento, mas sim aproveitar os seus saberes permitindo efetivamente a sua
valorização.
sábado, 28 de abril de 2018
D-04 - Lev Vigotski - Desenvolvimento da linguagem
Começou os estudos de um sábado a noite. Aprendendo a linguagem.
domingo, 22 de abril de 2018
Pense e reflita na sua prática.
“O menininho”
Helen
Buckley
Era uma vez um
menininho bastante pequeno que contrastava com a escola bastante grande.
Quando o menininho
descobriu que podia ir à sala caminhando pela porta da rua, ficou feliz. A
escola não parecia tão grande quanto antes.
Uma manhã a
professora disse:
- Hoje nós iremos
fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou
o menininho. Ele gostava de desenhar. Leões, tigres, galinhas, vacas, trens e
barcos... pegou sua caixa de lápis de cor e começou a desenhar.
- Esperem, ainda
não é hora de começar!
Ela esperou até que
todos estivessem prontos.
- Agora, nós iremos
desenhar flores.
E o menininho
começou a desenhar bonitas flores com seus lápis rosa, laranja e azul.
- Esperem, vou
mostrar como fazer.
E a flor era
vermelha com o caule verde.
- Assim, disse a
professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou
para a flor da professora, então olhou para a sua flor. Gostou mais da sua
flor, mas não podia dizer isto... virou o papel e desenhou uma flor igual a da
professora. Era vermelha com o caule verde.
No outro dia,
quando o menininho estava ao ar livre, a professora disse:
- Hoje nós iremos
fazer alguma coisa com o barro.
“Que bom!” pensou o
menininho. Ele gostava de trabalhar com o barro. Podia fazer com ele todos os
tipos de coisas: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e
amassar sua bola de barro.
- Esperem, não é
hora de começar!
Ela esperou até que
todos estivessem prontos.
- Agora nós iremos
fazer um prato.
“Que bom!”, pensou
o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos.
- Esperem, vou
mostrar como se faz. Assim... Agora vocês podem começar.
E o prato era
fundo. Um lindo e perfeito prato fundo.
O menininho olhou
para o prato da professora, olhou para o próprio prato e gostava mais do seu,
mas ele não podia dizer isso... amassou seu barro numa grande bola novamente e
fez um prato fundo, igual ao da professora.
E muito cedo o
menininho aprendeu a esperar e a olhar e a fazer as coisas exatamente como a
professora. E muito cedo ele não fazia mais as coisas por si próprio.
Então, aconteceu
que o menininho teve que mudar de escola...
Esta escola era
ainda maior que a primeira.
Ele tinha que subir
grandes escadas até a sua sala...
Um dia a professora
disse:
- Hoje nós vamos
fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou
o menininho. E esperou que a professora dissesse o que fazer. Ela não disse.
Apenas andava pela sala. Quando veio até o menininho falou:
- Você não quer desenhar?
- Sim. O que é que
nós vamos fazer?
- Eu não sei, até
que você o faça.
-Como eu posso
fazer?
- Da maneira que
você gostar.
- E de que cor?
- Se todo mundo
fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber qual o
desenho de cada um?
- Eu não sei!
E começou a
desenhar uma flor vermelha com um caule verde...
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