domingo, 1 de julho de 2018

Alfabetização no Eja



No eja, os educadores têm muitos desafios em ensinar, pois precisam estar sempre motivando seus alunos, de que são capazes e que tem condições de aprender. Assim como vimos em um dos vídeos, onde o aluno não queria ler, pois segundo ele, ainda não tinha condições de ler corretamente, com isso não poderia fazer a leitura para a turma. A intervenção da professora nesse momento é fundamental, um dialogo rápido e sem muitas enrolações, mostrando que o tempo é agora, e que ele está em processo de aprendizagem.
Segundo o texto de Regina Hara, as formações de professoras apoiados por programas, tem mostrado que a diferentes soluções que mudaram algumas formas de ensinar, instigando assim a aprendizagem. Como se sabe os professores que atuam na sala de aula do Eja, não são especialistas nessa área, muitos não tem formação.  Mas aqueles que atuam com entusiasmo, e querem mudanças, buscam novos conhecimentos através de estudo e pesquisa.
Além dos professores buscarem conhecimento, as escolas também buscam um ensino de qualidade, onde se possam garantir mais oportunidade para os alunos. Apesar dessa vontade de querer mudar, as escolas ainda enfrentam a velha politica, com isso são imensos os desafios para se chegar a um ensino de qualidade, esse onde se é sonhado com melhores salas e mais recursos para aprendizagem.
No texto, como nos vídeos percebemos os educandos buscando a sua escolarização, como forma de ser independentes, se sentirem útil e acima de tudo conseguirem entender o mundo a sua volta. Destaco ainda a fala de uma aluna no vídeo, quando ela relatou que agora após estar na escola, aprendendo, ela já consegue ver um filme e compreende-lo, coisa que antes era muito difícil.   Mas essa busca por aprender faz com que os alunos diariamente se esforcem o máximo, para dar conta da sua carga horária de trabalho, dos perigos enfrentados por estudar a noite, por isso necessitam tanto da motivação do professor. Quando o aluno não consegue equilibrar tudo isso, acaba desistindo novamente da sua formação.
No caso da alfabetização, os alunos que já aprenderam a ler e escrever, acabam saindo da escola, logo após esse processo, se sentindo satisfeito com essa aprendizagem. Pensando que isso é suficiente para enfrentar os desafios da vida. Entretanto há alunos que já pensam que  esse é momento de continuar e quem sabe sim, se formar e frequentar uma faculdade.
Alfabetização compete aos professores um compromisso com os alunos, ajudando-os a enfrentar e perceber o mundo. A ideia trazida no vídeo, que primeiro os alunos devem conhecer o entorno onde mora, ouvir a sua comunidade, conhecer os seus problemas, entender o que eles passam, foi essencial para eles criarem consciência de que, estão na escola não apenas para aprender a ler e escrever. Mas sim, o que eles vão fazer depois disso para melhorar onde eles moram e ajudar essas pessoas.
A pergunta principal realizado no Eja, mostrada no vídeo foi: “como fazer a leitura de mundo?”, Através do vídeo, foi apresentada a ideia da entrevista, e partindo disso os alunos realizaram a leitura do mundo. E compreenderam que eles são capazes de transformar essa sociedade, que a educação é capaz disso. Destacando ainda a fala da aluna, relando que no morro as pessoas precisam de mais amor, se preocupar com o outro, com intuito de ajudar. A partir dessa experiência puderam tirar suas conclusões sobre a sua comunidade e o que ela precisa.
Assim como na alfabetização de crianças e adultos, o método é parecido. Na alfabetização as crianças começam pelo seu nome, conhece a sua história, a dos colegas. No Eja os alunos começam primeiro conhecendo onde moram, o que trabalham, partindo disso o professor cria suas aulas com os temas geradores, relacionadas ao meio em que seus alunos vivem. Utilizando assim a pedagogia de Paulo Freire, que mostra a importância de trazer experiências da vida do aluno de Eja.  
No processo de escrita, fala-se sobre a psicogênese da língua escrita. Estudo realizado por Emília Ferreiro, sobre os níveis de escrita. No vídeo vimos que os adultos também passam por esses níveis de escrita, claro eles já entendem que precisam utilizar letras para escrever, então não utilizam desenhos, mas passam por todos os níveis. O primeiro desafio foi a escrita de uma lista de compras. Nesse vídeo destacam a escrita da palavra ARROZ onde o aluno não se contenta com a sua escrita e continua tentando, até ver aonde as letras se encaixam melhor. O próprio aluno durante a sua escrita, percebia que algo estava errado, e escrevia novamente, naquele momento percebeu-se que ele entrou em conflito, pois precisava mudar tudo o que ela tinha estruturado sobre a escrita, por que aquela palavra necessitava de letras com sons diferentes.
Durante o processo de aprender, o erro sempre foi muito frisado no nosso ensino, criando assim uma desmotivação por parte do aluno, toda vez que ele sabia que errava. No vídeo se sugere que o erro não seja enfatizado, pois ele já fez muito estrago na vida de alunos. Entendo assim que o erro é um momento e que precisa ser construída uma nova hipótese.
No texto Regina Hara, mostra alguns processos de alfabetização, neles vimos o crescimento dos alunos diante da sua escrita. Nos vídeos a professora mostra vários exemplos de como trabalhar esse processo, para o aluno evoluir. Destacando a utilização de papel para a escrita, onde cada um recebe um papel pequeno, e ali tentam escrever a palavra. Durante esse processo a professora passa e vai ajudando com questionamentos, ao final cada um recebe um novo papel, mas essa agora com quadradinhos, correspondentes ao numero certo de letras. Os alunos devem passar aquela palavra que escreveram e devem comtemplar naqueles quadradinhos. A partir disso precisam criar uma nova estratégia de escrita. Com isso os alunos são desafiados a todo o momento na sua escrita.
Os relatos nos vídeos e no texto, sobre a alfabetização fala-se muito sobre a importância de trabalhar com o tema gerador, que é o assunto. Que esse é o motivo pelo qual será montado o processo educativo. Não é qualquer tema que é gerador, deve ser de acordo com o contexto do aluno inserido.  Para que assim o aluno se sinta útil, utilizando o que aprende na escola na sua vida diariamente, tanto em casa, com sua família, como no trabalho.  A escola não pode desconsiderar o seu conhecimento, mas sim aproveitar os seus saberes permitindo efetivamente a sua valorização.


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